terça-feira, 2 de novembro de 2010

Opinião final

E parece que deu Lula. No final, os resultados das eleições mostraram uma hegemonia partidária e uma descrença do eleitorado. O presidente Lula elegeu Dilma. O partido agora está no poder. Mesmo sendo uma figura de relevância, nada muda o fato de ela ter sido uma construção política do partido. A primeira mulher.
O PSDB possivelmente vai reforçar a sua aliança com o Dem. O que pode tornar mais à direita a orientação do partido. Numa estratégia de defesa frente ao crescimento do Partido dos Trabalhadores.
Outros fatos – como a eleição do Tiririca para deputado federal em São Paulo – revelam uma descrença do eleitorado frente ao processo democrático. O abestado, valesse a lei, era para ser presidente da câmara devido à expressiva votação que obteve.
A proporção de votos brancos e nulos, aproximadamente sete milhões de votos, numa democracia em que perto de 106 milhões de pessoas exerceram tal direito mostra que o eleitorado entrou na disputa.
No fim, uma trovinha: não é contraditório/ ter um direito obrigatório?

domingo, 13 de junho de 2010

E começou a disputa:

Alguém tem dúvida que o PT, nessa aliança com o PMDB – eterno fiel da balança, é o maior partido do Brasil?

E que o discurso do PSDB tem procurado se aproximar cada vez mais do discurso petista?

E que, se tomadas as devidas precauções, a posição dos dois partidos tem convergido, muito mais que divergido. Principalmente na área econômica. O senhor Henrique Meirelles não me deixa mentir e é prova disso. Indiferente que seja o julgamento de mérito. Henrique já foi quadro do PSDB, e hoje está no PMDB (volto a repetir): eterno fiel das balança?

Será que se delineia um quadro partidário ao estilo norte-americano, com dois átomos partidários que tem, orbitando ao redor de sua esfera de influência, elétrons partidários, responsáveis de peso menor, porém, nem por isso, menos importante para definir a configuração final e o consequente domínio do poder político da sociedade?

São algumas perguntas...

domingo, 11 de abril de 2010

Atitudes técnicas?

A política econômica dos governos modernos, amparada pela ciência econômica, pretende legitimar suas diversas decisões como atitudes estritamente técnicas. Explicam os economistas por a mais b e demonstram com planilhas complicadas que a solução é esta ou aquela. Por trás dessa eficiente explanação fica escondida a essência das decisões em política econômica: que elas são atitudes políticas que, de uma forma ou de outra, são tomadas tendo em vista o favorecimento de setores específicos da sociedade. Geralmente são beneficiados os grandes grupos econômicos e corporações transacionais como é o caso dos bancos privados.

A taxa de juros é um exemplo bastante claro. O Brasil figura entre um dos países com a maior taxa de juros do mundo. Fato que é fruto da pressão destes grupos que se instalaram nessas terras e, desde então, acumulam mais e mais ano após ano. Vide o fato de, apesar da grave crise econômica que se abateu sobre as economias de mercado recentemente, os grandes bancos transnacionais comemorarem, mais uma vez, em nosso país, recordes de lucro.

Essas questões evidenciam que, apesar de tudo o que se fala sobre a melhoria dos padrões de vida da sociedade nacional, a política econômica brasileira continua sendo feita para satisfazer as necessidades de grupos específicos.

É necessário esclarecer ainda que, dentro desse contexto, há ainda o discurso que coloca que o que aí está sempre foi assim e, aparentemente, não vai mudar tão cedo. Discurso este que estimula a apatia social frente tais forças extremamente poderosas. Sendo assim, o povo, que deveria ser o real dono do poder em uma democracia, acaba pagando a conta no final. E lá do alto se escuta um grito de guerra: “Viva a espoliação do povo brasileiro!”.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Qual é o problema do Brasil?

Olha, amizade. São muitos. Mas é inevitável dizer - doa a quem doer (só pra rimar.) - que a concentração de renda e riqueza tomou níveis alarmantes em nosso país.
Não é nem muito preciso dizer que ela tomou níveis alarmantes, uma vez que não se sabe se a história já começou assim ou se a corda arrebentou mesmo foi de uns tempos pra cá. Cada um mete o pau em quem mais lhe apraz.

Pois então, essa marca – que atravessou o tempo – se alia, na estrutura, à concentração de poder. Fato evidente, visto que o poder sempre esteve nas mãos de um grupo dos vários que compõem a famosa Elite. Uma elitizinha, visto sua proporção diminuta.
Essa elite deve se valer desse poder econômico e/ou político para atuar segundo seus interesses.
Um aviso inevitável é, então, uma lição da própria história do homem organizado em sociedade.
Frente a um abismo social como é o que percebemos hoje, resta a vocês repartir ou concentrar. Cada opção dessas gera um novo contexto. A dúvida que permeia o bom-senso aristocrático é justamente se a concentração de poder está tão abismal assim que as respostas da interação social não sejam outras além de violência,indiferença, medo, miséria...

Outra faceta muito importante a ser destacada nesse problema é que a concentração do poder público, na mão dessa elite apenas, faz com que os interesses de outros grupos não sejam representados.
Só a tomada de consciência dos grupos sem participação no poder de que sua inclusão só é possível através da representatividade no poder público é que pode melhorar esse quadro.
A atual configuração: o poder para poucos – é insustentável.
Contra essa tomada de consciência pesam questões como: a aversão que grande parte da população sente frente ao poder público. Organizado de forma a coibir grupos consideráveis da constituição de um país*, o poder público não é parte integrante da noção de cidadania do pobre, do negro no Brasil.
Essa questão é reforçada pela constatação de que a cena política nos apresenta argumentos para desacreditá-la e até mesmo vê-la como um mal. Essa é a noção da política como um jogo sujo que alija importantes segmentos sociais da participação cidadã na vida pública. Esta não é aspirada por grupos importantes que, sem representatividade, alimentam esse sistema em que há a unânime permanência de uma pequena elite econômica no poder.
Esse fato acaba fazendo com que grande parcela da população desacredite a política por ter se construído a idéia de que a força dos grupos econômicos poderosos sempre é dominante.
Repito. Só a tomada de consciência dos grupos sem participação no poder de que sua inclusão só é possível através da representatividade no poder público é que pode melhorar esse quadro.

Tudo isso elucidado ficam as idéias de que as elites devem repensar seu papel e de que apenas uma profunda mudança em nosso quadro político representativo pode equilibrar o poder. Dessa forma torna-se possível a execução das três reformas básicas de distribuição por que tem que passar uma sociedade capitalista: Agrária, Tributária e Social.


* Como é o caso dos pobres, e negros em específico, no Brasil: presos em bolsões de pobreza, eles enfrentam a chaga da vadiagem (imagem construída) que permite uma política de segurança pública extremamente agressiva.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Todo homem é político. O jornalista é. O historiador é. Trata-se de um valor inegável do homem. Você que não é, é. E você que é, também. Mas, então, todos lutamos por poder? Talvez.

Àqueles que lutam chamamos políticos. Precisamos deles. Alguém tem que ser. Se não tem tu, vai tu mesmo. E assim aprendemos a agir. Não importa que ele se preocupe mais com seus interesses individuais.

O cosmo humano se reproduz em qualquer grupo que seja. A variedade humana. Santos e demônios. Tudo. Não seria diferente na política.

Talvez seja importante não se negar esse direito.

A política é o que é. Já o sistema pode ser mudado. Erra o anarquista que não acredita nele, mas vive sob ele.

Por tempos se lutou para definir um sistema político. Parece que hegemonicamente a democracia está se consolidando. Com todos os seus problemas. Assim como o capitalismo. Talvez fosse o momento de agregar novidades ao invés de combater. Combater sim, mas de dentro da máquina. Lutar pela lei que se quer. Sob a qual se quer viver. A liberdade existente permite isso. Permite? São muitas hesitações e perguntas. Cabe respondê-las