domingo, 11 de abril de 2010

Atitudes técnicas?

A política econômica dos governos modernos, amparada pela ciência econômica, pretende legitimar suas diversas decisões como atitudes estritamente técnicas. Explicam os economistas por a mais b e demonstram com planilhas complicadas que a solução é esta ou aquela. Por trás dessa eficiente explanação fica escondida a essência das decisões em política econômica: que elas são atitudes políticas que, de uma forma ou de outra, são tomadas tendo em vista o favorecimento de setores específicos da sociedade. Geralmente são beneficiados os grandes grupos econômicos e corporações transacionais como é o caso dos bancos privados.

A taxa de juros é um exemplo bastante claro. O Brasil figura entre um dos países com a maior taxa de juros do mundo. Fato que é fruto da pressão destes grupos que se instalaram nessas terras e, desde então, acumulam mais e mais ano após ano. Vide o fato de, apesar da grave crise econômica que se abateu sobre as economias de mercado recentemente, os grandes bancos transnacionais comemorarem, mais uma vez, em nosso país, recordes de lucro.

Essas questões evidenciam que, apesar de tudo o que se fala sobre a melhoria dos padrões de vida da sociedade nacional, a política econômica brasileira continua sendo feita para satisfazer as necessidades de grupos específicos.

É necessário esclarecer ainda que, dentro desse contexto, há ainda o discurso que coloca que o que aí está sempre foi assim e, aparentemente, não vai mudar tão cedo. Discurso este que estimula a apatia social frente tais forças extremamente poderosas. Sendo assim, o povo, que deveria ser o real dono do poder em uma democracia, acaba pagando a conta no final. E lá do alto se escuta um grito de guerra: “Viva a espoliação do povo brasileiro!”.