quinta-feira, 16 de abril de 2009

Uma crítica ao sistema capitalista

O contínuo funcionamento do sistema capitalista acaba por transformar o mundo em capital. Tudo pode ser transformado em capital. Tudo corre para ser transformado em capital. Os recursos do nosso planeta, por exemplo. Outro exemplo (esse mais abstrato, porém não menos valioso): as imagens que circulam ao redor do mundo. Elas também são capital. Ora, tem um preço, são comercializadas, tem direitos autorais, ou de transmissão, ou de exibição, há grupos internacionais que vendem-nas e compram-nas. As próprias palavras estão nesse contexto. Na prática, tudo, tudo mesmo.

O próprio ser humano se transformou em um objeto. Seu valor é estipulado pelo que consome, usa, veste, fala, assiste. O principal problema desse sistema de quantificação e articulação de valores é que ele nos leva a um caminho auto-destruidor. Seu objetivo se concentra em tranformar em capital tudo o que há. Esse processo só terá fim quando o mundo inteiro já tiver sido transformado em capital, adquirido valor de troca e assim sendo passível de uso e consumo.

Os alertas esse vemos hoje partirem de grupos de 'ecochatos' passam muito longe da questão fundamental. A defesa da sustentabilidade é questão não apenas de preservação do planeta. No fundo, a questão da sustentabilidade é questão de reformulação geral de um sistema que tem como efeito colateral a seu objetivo fundamental a exterminação do planeta. O Consumo total.

Deve ser defendida uma ampla reestruturação que permita ao nosso planeta a sua recomposição.

Já existe tecnologia suficiente para que seja proibida a destruição de nosso planeta.

Deve ser defendida uma reestruturação com base em valores que não apenas estimulem a competição, o consumo, a idolatria, o egocentrismo.

Já existem condições suficientes de produção de alimentos, de mercadorias, para que seja proibida a fome, a miséria, a subnutrição, o analfabetismo.

O objetivo fundamental do ser humano deve ser garantir direitos básicos, já a muito estipulados como direitos humanos, a todos.

A nova luta gira em torno disso.


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