quinta-feira, 26 de março de 2009

Sobre Camargo Corrêa, Daslu, crimes financeiros e impunidade

As recentes operações da Polícia Federal que deflagraram esquemas ilegais na Construtora Camargo Corrêa e na Marca de grife Daslu e seus consecutivos acontecimentos nos colocam muito perto de um problema que deve ser debatido e combatido publicamente em nosso país.

As notícias todos acompanhamos.

Sobre a daslu:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u541030.shtml

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1059996-5605,00-PROCURADOR+DIZ+QUE+PENA+APLICADA+CONTRA+DONA+DA+DASLU+E+DE+MAIS+DE+ANOS.html

Sobre a Camargo Corrêa:

http://search.folha.com.br/search?site=online&q=%22opera%E7%E3o+castelo+de+areia%22&src=redacao

http://g1.globo.com/Noticias/0,,LTM0-5597-29929,00.html

duas fontes: Folha Online e G1, portal de notícias da Globo

O pior de todos esses acontecimentos é constatar que o que motiva tais crimes é um sentimento de impunidade profundamente arraigado na consciência de nossa elite nacional. Impunidade é, certamente, a palavra que pode explicar bastante tais condutas. Parece que, ao longo de nossa história, a impunidade das classes abastadas tornou-se tão comum a ponto de não ser mais contestada. Dessa forma, acabamos por herdar esse ranço de corrupção endêmica que acompanha a própria formação moral de nossa elite nacional.

Esses ‘criminosos de elite’ que vez e outra são capturados tem um pensamento bastante peculiar com relação à aplicação da lei. Os ricos desse país simplesmente acreditam viver à margem das regras. O noticiário revela apenas que essa face extremamente corrupta de nossa elite política e econômica continua, que ela é fruto da evolução histórica do comportamento desse grupo, e que a sociedade como um todo pouco fez e faz em resposta.

Muitas vezes, esse pensamento é passado de geração a geração. Os próprios pais assim ensinam aos filhos. Ensinam que há diferentes tipos de criminosos, que os crimes dos ricos são de ‘colarinho branco’. Que esses crimes são praticados por pessoas que o senso comum em um país injusto como o Brasil sempre coloca como corretas pelo simples fato de ostentarem uma conta financeira polpuda. Ensinam que o tratamento pessoal varia de acordo com o status social de cada um. Dessa forma, valores como hombridade, honestidade, generosidade passam longe de servir como parâmetro de respeito.

O que fazer?

Acompanhar tais querelas, ficar de olho, denunciar, não nos calarmos, lutar contra esse sentimento soberbo que se expressa cotidianamente, tão comum como o fato de que muitos desses que foram presos nessas operações da PF estão em celas ‘especiais’.

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