quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Os deveres do Homem

O homem é um bicho muito do preguiçoso. De onde já se viu inventar uma carta de direitos? A carta de direitos deveria ter vindo acompanhada de uma carta de deveres. O ideais da revolução francesa continuam acontecendo. O homem declara seus direitos e esquece-se dos seus deveres. Anos mais tarde, depois de morrerem aproximadamente 50 milhões de pessoas na Segunda Grande Guerra, novamente foi apregoada a idéia de direitos do homem.
Prece claro que essa afirmação de direitos tão apregoada na revolução francesa veio por estabelecer as novas bases de atuação de um grupo social que se tornava hegemônico, a burguesia. Este grupo fixava para si, na revolução de 1789, suas metas – que seriam garantidas pelos seus direitos.
A burguesia capitalista instaurava-se no poder eliminando os resquícios de participação da Igreja no Estado, estabelecendo a cidadania entre os homens e garantindo-lhes proteção em troca de honra à sua bandeira – o nacionalismo. Não só honra. Como se pode ver com uma olhadela na história, o nacionalismo gerou muito mais sangue que ‘progresso’. Ainda mais quando compartilhamos com Drummond e entendemos a dinâmica das coisas em

Infatigável:
“O progresso não recua
Já transformou esta rua
em buraco.

E o progresso continua.
Vai abrir neste buraco
outra rua.

Afinal, da nova rua,
o progresso vai compor
Outro buraco.

Porém, sigamos.
Na esteira dos direitos do homem, a carta das Nações Unidas, declaração universal dos direitos do homem de 26 de junho de 1945, foi apenas mais uma tentativa infeliz de botar idéias no papel e de achar que isso serve para alguma coisa.
Porém o momento é chegado em que o ambiente humanizado pede ao homem ações. Pede que ele não se isente de cumprir com seus deveres primários. Pois se o ser humano desenvolveu seu intelecto e se diferenciou do bicho, deve ele saber que sua independência lhe dá deveres para consigo e para com todos os demais. O ambiente proporcionou-lhe a expansão de seus meios. Os recursos naturais lhe possibilitaram o sucesso eletro-eletrônico. Tudo o que está posto hoje é fruto da curiosidade humana. Tudo isso carrega consigo o homem e parte da vida de um homem que se destinou a formar o que aí está. Essa etapa de compressão espaço-temporal a que chegou pede uma nova posição do homem frente a seu espaço. Antes a natureza se oferecia totalmente às sociedades e dispor de seus recursos era o mais natural a fazer. Acontece que chegou um tempo, creio que ainda não potencialmente evidenciado, em que far-se-á necessário resguardar o natural, utilizando-se dele modesta e compreensivelmente. O tal ‘mundo sustentável’.

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