quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A reinvenção do homem

O problema, seja qual for, será proveniente de erro humano. Todos os sistemas complexos que o ser humano forjou em sociedade, para a melhor organização da mesma, resultam em problemas que, por sua origem, não tem fim. Pois, visto que o homem é, desde sempre, seu erro primário e seu criador, não há possibilidade alguma de sanar o erro sem eliminar a fonte. Trata-se então de um problema insolúvel?
O Estado moderno é, em tese, o instrumento responsável por garantir a organização social. Este instrumento moderno, fruto de inúmeras decorrências históricas, aparece como a estrutura concentradora do poder. E assim segue sendo. O Estado seria responsável por manipular o poder em prol dos anseios da sociedade que o fixou. Ele é, portanto, responsável por garantir a ordem para o melhor desenvolvimento da sociedade em um âmbito o mais amplo possível. Respeitando os diversos setores que se relacionam em uma amálgama social complexa.
A questão reside então em dois pontos:
Um é a estruturação e organização de um modelo que busque a justiça inerente a qualquer comunidade humana. Dos índios da amazônia aos kibutzin israelenses, da união soviética de Stalin às tribos nômades africanas – toda organização humana em comunidade buscou a fuga à desordem de elementos individuais e egoístas que agem unicamente por seu sustento e não confiam no outro.
Essa fuga, todavia, historicamente, acaba por chegar em uma margem outra que, no entanto, é a própria imagem da saída, como o reflexo em um espelho.
Eis aqui o segundo ponto. Apesar de o ser humano ser um bicho social, e sempre, ele é também um bicho egoísta. Sendo assim, é muito difícil a ele a manipulação do poder para os objetivos aos quais este estava inicialmente determinado: funcionar para o desenvolvimento da sociedade em um âmbito geral, posto que cada um aceita participar dessa reunião humana tendo em mente (de uma forma intrínseca) que este pacto é uma solução conjunta com o objetivo de atender a todos.
Daí que surge a questão: se este pacto não atende aos seus objetivos firmados em conjunto, estará ele seguindo a base mesma de sua origem?
Ao analisar a destruição que o homem conseguiu gerar a si próprio e ao seu planeta, percebemos que as estruturas criadas pelo homem não podem ser destruídas senão pela destruição desse próprio homem que formulou todo esse sistema, pois ele é o erro e ao mesmo tempo o criador do sistema social.
Consertar o erro implica confrontar o próprio homem. Então, consertar o erro implica ao homem reinventar-se a si mesmo.

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